Já não é mais tempo de buscar
brasas que te aqueçam no frio,
pois agora o frio abraçou a vila.
As casas estão temerosas,
as ruas estão estáticas e nuas,
como o sino que se calou.
Não te ponho mais nos braços:
te cubro depressa, zeloso
para que te escondas em mim
Nosso tempo agora é claro
e os ponteiros são soldados
numa marcha surda expatriada
Não há que intervires
dizendo saber ou não
por coisas inquestionadas
Fiques oculta, ilesa
enquanto a geada laminar
recompõe nossas cascas
Deixa que as ruas caladas
sejam vazias e aflitas,
que os sinos fiquem estáticos
Tranquemos a verdade com desvelo
e deixemo-la crescer, protegida
dos ventos e das raposas.
brasas que te aqueçam no frio,
pois agora o frio abraçou a vila.
As casas estão temerosas,
as ruas estão estáticas e nuas,
como o sino que se calou.
Não te ponho mais nos braços:
te cubro depressa, zeloso
para que te escondas em mim
Nosso tempo agora é claro
e os ponteiros são soldados
numa marcha surda expatriada
Não há que intervires
dizendo saber ou não
por coisas inquestionadas
Fiques oculta, ilesa
enquanto a geada laminar
recompõe nossas cascas
Deixa que as ruas caladas
sejam vazias e aflitas,
que os sinos fiquem estáticos
Tranquemos a verdade com desvelo
e deixemo-la crescer, protegida
dos ventos e das raposas.
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