Amor é esse vínculo
sem matéria tátil
que incompleta a vida.
Despropositada criança
que nasce de uma nota
errada na hora idônea,
que se perde nos apelos
insensatos de milhares
de razões disparatadas.
Não se explica, não se ensina
não começa, não aumenta:
é do tamanho de uma noz;
- assim como são as nozes
para as cegonhas, as vespas
para os formigueiros, o céu
para as tuas unhas, o inverno
para as lapiseiras - incompletos
e estranhos quando se olham.
O amor atravessa um país
carregado na burrice
e hospedado na cegueira:
quando chega, grita -
nunca é ele mesmo
se não for procurando,
procurada criatura perdida.
Volta porque é da sua índole
o imediatismo pueril, lacunar,
desejo cruel de ser extinto
e logo se tornar um êxtase
num banho fresco de morte -
ela, que é docente do amor.
Nos verões chuvosos, ama.
Sob plátanos secos, ama.
Em transe na sacada, ama.
São diversas as cenas,
são quaisquer os ensejos.
Todos parasitados e nulos,
porque é desse modo apossado
que o nosso amor (pensado)
desbrida a lógica da vida.
Amar não é pensar,
nem renascer, nem almejar
É simplesmente não querer
e não querendo, permitir
e permitindo, já não ser:
amar é sem querer amar.
sem matéria tátil
que incompleta a vida.
Despropositada criança
que nasce de uma nota
errada na hora idônea,
que se perde nos apelos
insensatos de milhares
de razões disparatadas.
Não se explica, não se ensina
não começa, não aumenta:
é do tamanho de uma noz;
- assim como são as nozes
para as cegonhas, as vespas
para os formigueiros, o céu
para as tuas unhas, o inverno
para as lapiseiras - incompletos
e estranhos quando se olham.
O amor atravessa um país
carregado na burrice
e hospedado na cegueira:
quando chega, grita -
nunca é ele mesmo
se não for procurando,
procurada criatura perdida.
Volta porque é da sua índole
o imediatismo pueril, lacunar,
desejo cruel de ser extinto
e logo se tornar um êxtase
num banho fresco de morte -
ela, que é docente do amor.
Nos verões chuvosos, ama.
Sob plátanos secos, ama.
Em transe na sacada, ama.
São diversas as cenas,
são quaisquer os ensejos.
Todos parasitados e nulos,
porque é desse modo apossado
que o nosso amor (pensado)
desbrida a lógica da vida.
Amar não é pensar,
nem renascer, nem almejar
É simplesmente não querer
e não querendo, permitir
e permitindo, já não ser:
amar é sem querer amar.
2 comentários:
Belo poema, Renan!
Aliás, parabéns pelo blog!
Abraço,
André Ferreira
Obrigado, André! É uma honra te ter como visitante! Um abraço.
Postar um comentário