Quanta poesia esconde-se
entremeada no amontoado
de uma vizinhança anônima
Seriam os banhos quentes,
os televisores planos
e os afazeres automáticos
conspiradores do retiro?
Tetos e divisórias opacas
aparam arestas de vida
para que não se acorrentem
Mas estamos infinitamente
mais inclusos hoje
no inevitável outro (outrem)
que de antemão nos herdou
Quantos abalos nossos...
quantas cismas imponderadas...
e a retífica no costado!
Quando abre-se a porta,
permitindo alguma invasão,
adentra logo um ineditismo
crasso, divergente, mutilador
que nos desblinda e acolhe
e às vezes nos golpeia:
bem no eixo dos motivos
entremeada no amontoado
de uma vizinhança anônima
Seriam os banhos quentes,
os televisores planos
e os afazeres automáticos
conspiradores do retiro?
Tetos e divisórias opacas
aparam arestas de vida
para que não se acorrentem
Mas estamos infinitamente
mais inclusos hoje
no inevitável outro (outrem)
que de antemão nos herdou
Quantos abalos nossos...
quantas cismas imponderadas...
e a retífica no costado!
Quando abre-se a porta,
permitindo alguma invasão,
adentra logo um ineditismo
crasso, divergente, mutilador
que nos desblinda e acolhe
e às vezes nos golpeia:
bem no eixo dos motivos
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