sábado, 10 de maio de 2014



É mais uma noite de maio
a permutar-se com um dia de outono
Um vento ligeiro ou uma chuva
fugidios à cena de céu claro
É mais um prelúdio, é mais uma aurora
dessas coisas caladas e errantes

Outras estrelas, outros rompantes
de idéias, surpresas e atos
- é a difusão de mais fatos
e a confusão de mais sonhos
que deixam todos insones:
nossos doces monstros libertos

Querem contato ao dia que raia,
urge ouvir, falar, enxergar
a frenética troca por troca
e vai mais um fato nascendo de outro
- cair numa malha macia de silêncio
é um sonho que passa minuto a minuto

A quem ilumina este sol?
Quantas gotas te tocaram da chuva?
Vai-se passando este mito do dia
e seus astros, lendários heróis
lá fora de tua sina sombria
serão uma lenda na vida vazia

porque é maio, novamente maio
e restam centenas de dias
para que surja e então volte
este vento, o sol quase negro
os estertores do frio, o dia arisco
a languidez, somente agora, garbosa.

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