quinta-feira, 17 de abril de 2008




Eu te quero dourada, parva, límpia,
ouro branco de minha noite perdida.
Eu te quero esculpida em minha carne,
adorno composto de juntas e quadris.
Eu te quero rasteira, suja, molhada,
escarificando minha pele com beijos.
Eu te quero vinculada ao inferno de
um milhão de pretensões e de malícias.
Eu te quero oculta por meus abraços,
e muito calada, ocupada, mordendo.
Eu te quero fugidia, astuciosa como
as deliciosas mentiras da noite.
Eu te quero oriunda do nada, repentina,
matando-me de assustadora paixão.
Eu te quero como muitas tulipas jamais
ousariam ser, de beleza infinita.
Eu te quero rigorosamente hoje,
improvisada, mas necessariamente agora.
Eu te quero somente por um minuto
para seres, dos sonhos, propriedade.
Eu te quero porque sou louco e porque
creio em ti, sonhada; não em mim.

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