Estou a pé nesta sala branca.
Eu dou voltas pelos corrimãos
gelados de um frio espelho e,
circularmente eu, piso em falso:
percebo então a planta baixa
de meus pés colados ao chão.
São como duas folhas chatas
planando de uma latitude fria
a um poço de espuma seca; tombo,
mas retorno firme ao semi-círculo.
É meu palco, o palco de todos,
e são nossas sombras que cantam.
Um ruído surdo, uma luz ou outra,
e então os degraus: alguns calados,
porque temem os outros, atentos,
todos imateriais em sua lógica.
E estes degraus vigilantes estão
imantados e horizontalmente a sós.
As cores são o branco alucinado,
a prata fria, o gelo translúcido:
as letras nada sabem sobre a tela.
E nomes, todos em um degrau qualquer,
ou mesmo degraus em nomes quaisquer.
E o negro dos meus olhos, todo avesso.
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