quarta-feira, 5 de maio de 2010



Não leves a lua contigo, amor
deixa-a pendurada nessa treva
que suspira clara quando partes

que é tua sina existir em sonho
quando o sono ao luar sereno
pode claro se estender

e quando voltas temerosa
nessa volta longa e escura
terás então a lua, o céu e eu

revoltos numa harmonia
de anseio, bálsamo da espera
dissimulada festa estelar

que a tua ausência é escopo
para calar-me retirado
em breves outras lendas

e funde-te quando chegas
a esta lua que te aguarda,
ao céu fagulhado de luz

e fica então pendurada,
gracioso adorno dessa noite,
deixa-me louco de sonhar.

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