Maio anoitece novamente
envolto a brumas e água.
As lâminas do frio perfuram
o cetim das tuas mãos
quando vens, regressa da noite.
Ao meu lado, radiados do fogo,
teus olhos são opalas redondas
a circundar pelas chamas.
Desses teus espelhos que ardem,
parte um eflúvio de lavas.
Nas corredeiras acetinadas,
desenham-se tridentes de fogo
que prolongam-se ao chão.
E eu mergulho nessa fusão de dores
para calar o teu Vesúvio.
Por que me queres solitário?
Por que anoitecer e perder o tempo?
Sôfrego e vespertino, desvaneço.
Sou as águas geladas do mar
onde aportam tuas escoadas.
E maio amanhece distante,
pétrea gema de luz orvalhada.
Estende-se a me brindar vazios
enquanto acendo fogareiros...
E sei que a tudo tornará água.
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