quinta-feira, 15 de abril de 2010



Há poesia no pulsar de tudo
que é intensamente mordaz
e também naquilo tudo
que é silêncio e pesar

Nas auroras mornas, acalentadas
e nos invernos de lassidão
- enfadonha e inebriante
essa poesia que não operamos

Somos mais do que é possível
quando é de vida e de tempo
o nosso trottoir, vagar e vagar,
e depois de optar, esquecer

Deixar as coisas chegarem,
vindas de uma chancela remota,
nem lembrar que estivemos
por outras trilhas diversas

E nessa ânsia por querer
saber o certo, fazer o certo
é que rasgamos o fino véu
que arpeja ao vento da poesia

Para por fim, tombados à chuva
depurarmos as memórias do sol,
brindarmos com frio o passar do verão,
estacionários à poética dos tempos.

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