terça-feira, 24 de novembro de 2009


O silêncio da noite é compreensivo
com minhas têmporas saltitantes.
A teoria que crio para ti ondula:
contemporizo, então, pelas garrafas.
E assim, te tendo e não te tendo,
denuncio, num soluço, que te amo
- perdidamente, porque assim me acho.

São rufadoras as minhas idéias,
mesmo tão maiúsculas neste agora e
tão minúsculas quando te beijo.
Elas me partem em dois, em quatro,
em oito redundantes eus que se somem
a cada tentativa de me encontrar.
E todo, eu me volto para a noite.

Nas exatas manhãs em que desperto
virgem de lembranças, renovo-me.
E fico imantado a uma idéia fixa
pelas horas de hoje, talvez segundos,
talvez uma rasteira arapuca secular
na qual te levo para que me abraces.
Eu me ofereço como égide deste horror.

Desfruto tanto de ti agora, ávido,
e te quero longe no mesmo instante
em que sinto uma colérica saudade.
E então eu quero menos e, imediato,
quero mais - do contrário, inexisto.
Não te faço compreender nada porque
guardo um misterioso amor sem palavras.

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