Meu espectro divide-se em dois:
a metade que amo, desconheço;
a metade que quero, apaga-me.
Deste binômio potencial,
revelo-te um susto.
Oscilo exatamente entre
memórias que tu maculas
e excessos que eu acanho.
Deste limiar insensato,
voam nossas foices.
E tu te aquietas risonha,
nem por isso minha, nem assim,
nem ao menos dada a outros
- tens minhas cicatrizes
controladas por tuas mãos.
Por vezes, escapas pelo riso
de algum lampejo de injúrias.
E depois chora e chora e chora.
E nem dez mil soluços teus
remontam as vigas da concórdia.
Enquanto choras, eu sangro.
E novamente meu espectro parte-se.
E agora já sou três, já sou quatro.
Torno-me um tabuleiro de razões
guiadas por uma bússola de amor.
De rodar e virar e ser jogado,
atiro-me em um leito qualquer
que me acolhe, tonto, ao teu lado
(parte de meu espectro está
voluntariamente aninhado à cama).
Resulta, então, que sou crônica
e tremulamente tua peça nobre,
de sombra vermelha sobre marfim.
Mutante, o vermelho vira fogo
e o marfim, uma tocha ardente.
Displicente, dá-me as costas
e torna teu corpo um bosque
úmido, miúdo, recente, ardiloso.
Tuas mutações mais densas são
minhas febres jamais maculadas.
Poderia desejar que estivesses
sempre coberta de displicência.
Mas hoje, os bosque estão cerrados
e não há tochas para flambar o céu.
E sozinho, ainda sangro.
a metade que amo, desconheço;
a metade que quero, apaga-me.
Deste binômio potencial,
revelo-te um susto.
Oscilo exatamente entre
memórias que tu maculas
e excessos que eu acanho.
Deste limiar insensato,
voam nossas foices.
E tu te aquietas risonha,
nem por isso minha, nem assim,
nem ao menos dada a outros
- tens minhas cicatrizes
controladas por tuas mãos.
Por vezes, escapas pelo riso
de algum lampejo de injúrias.
E depois chora e chora e chora.
E nem dez mil soluços teus
remontam as vigas da concórdia.
Enquanto choras, eu sangro.
E novamente meu espectro parte-se.
E agora já sou três, já sou quatro.
Torno-me um tabuleiro de razões
guiadas por uma bússola de amor.
De rodar e virar e ser jogado,
atiro-me em um leito qualquer
que me acolhe, tonto, ao teu lado
(parte de meu espectro está
voluntariamente aninhado à cama).
Resulta, então, que sou crônica
e tremulamente tua peça nobre,
de sombra vermelha sobre marfim.
Mutante, o vermelho vira fogo
e o marfim, uma tocha ardente.
Displicente, dá-me as costas
e torna teu corpo um bosque
úmido, miúdo, recente, ardiloso.
Tuas mutações mais densas são
minhas febres jamais maculadas.
Poderia desejar que estivesses
sempre coberta de displicência.
Mas hoje, os bosque estão cerrados
e não há tochas para flambar o céu.
E sozinho, ainda sangro.
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