Meu compasso é palpitar do peito
E minha cabeça, bússola sem norte
Gira e faz do incompleto o feito
Faz a vida sem censura ou corte
Caminho pelo desconhecido, sem visão
Nado pelo profundo, explorando o abissal
Qualquer sonho é utopia; qualquer achado, ilusão
Trilho caminhos contrários: o avesso é normal?
E diante de tal cegueira
Me perco em paralelos confusos
E que coordenadas devo seguir
Para te encontrar, assim, no escuro?
És minha orientação
Um farol
Um farol
Um cruzeiro
Uma rosa levada pelos ventos
Segui latitudes e perdi o horizonte
Alcancei longitudes sem qualquer razão
Fiz possível o alcançar do distante
Em que ponto escondestes teu coração?
Contemplo o brilho da estrela do Norte
A busca segue com sentimentos feridos
O tempo voa e constrói a morte
Estamos todos igualmente perdidos
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