domingo, 7 de abril de 2013



Abril tem notas de ameixa
em sua notória aparição.
Molhado de febre, suntuoso
e ocre veludo de seus dias,
adornados caminhos de pérgulas.

Estamos subindo, alçando-nos
aos rumos de sonhos distantes.
De mármore fendido é a estrada
que me leva contigo pelas sombras
dos ramos das acácias imensas

Já são negras as fendas
rompendo luzeiros no céu
- são chuvas de águas tímidas,
o prelúdio medonho de maio,
a seiva de tudo que sou

Teus dias infinitos subjugam,
assentam-me moroso frente ao tempo.
E como de mãos dadas, caminhamos
por entre sombras, sob acácias
num chão de mármore insípido

Sirvo-te, abril, em tal condição,
porque espremes as horas do sol,
porque regas de orvalho as manhãs, 
porque buscas a métrica de maio: 
- eu anseio pelo silêncio do outono.

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