Fadado que estava da eternidade,
que a sucessão de momentos e o movimento
impróprio em que adentrava à recusa,
fizeram estar e ser e não parar,
ribombando o todo, por todos os lados
o homem, que se via assombrado
agora perpetuava-se cismado
E ao caminhar anestesiado, somente
fazia viver os olhos túrgidos
os ouvidos moucos, a voz sinistra
que o fizera perceber o fim do instante,
e projetado para o nunca, reviver
a cada dor, a cada rompante
as novas brisas que o passado deixara
Com o sonho, escondeu-se na tapera
e pelas frestas de cada pedra
a noite ainda o alcançava
- desenhava máculas estrelares,
contornava as crateras lunares
enquanto escondia esse sonho,
desafeto imediato de possibilidades
Então sentou-se, o homem rude,
perdido em sua virtude imensa
enquanto lutava com seu instante
pela obnubilada existência
E viu estrelas, e viu chuva
viu as coisas de cada dia inundadas
na noite vasta de muitas brumas.
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